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Human Calendar - veja que dia é hoje. É só procurar a única pessoa que olha para você, as outras 'datas' estarão olhando para o dia de hoje.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DESEJO - Recebido por email do amigo JOEL

Desejo - Flávia Wenceslau

Eu te desejo vida, longa vida
Te desejo a sorte de tudo que é bom
De toda alegria ter a companhia
Colorindo a estrada em seu mais belo tom

Eu te desejo a chuva na varanda
Molhando a roseira pra desabrochar
E dias de sol pra fazer os teus planos
Nas coisas mais simples que se imaginar

Eu te desejo a paz de uma andorinha
No vôo perfeito contemplando o mar
E que a fé movedora de qualquer montanha
Te renove sempre, te faça sonhar

Mas se vier as horas de melancolia
Que a lua tão meiga venha te afagar
E que a mais doce estrela seja tua guia
Como mãe singela a te orientar

Eu te desejo mais que mil amigos
A poesia que todo poeta esperou
Coração de menino cheio de esperança
Voz de pai amigo e olhar de avô

Histórico de solidariedade -

Histórico de solidariedade – algumas reflexões

Os gestos de solidariedade social individual e espontânea organizaram-se gradativamente em entidades beneficentes, destinadas a amparar crianças e adolescentes necessitados. Um exemplo pioneiro desta linha de ação foi a criação da "Roda dos Expostos" por Romão M. Duarte em 1732, no Rio de Janeiro, que recebia os bebês abandonados. Essas atividades filantrópicas foram corrigindo seus erros e se aprimorando. No século XX amadureceu a idéia de que estruturas políticas econômicas determinavam as condições sociais que explicavam o pauperismo de grande parte da população, com conseqüências na saúde das crianças e adolescentes. Nasceu o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 12 de Outubro de 1990, reiterando o artigo 227 da Constituição Federal: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".

Críticas da atividade das entidades sociais alegam que elas não resolvem os problemas básicos, servindo de amortecedoras de conflitos sem solucioná-los verdadeiramente. A essa alegação pode-se contrapor que é impossível deixar de ajudar a quem precisa no momento em que isso é necessário. Pode-se deixar de socorrer um atropelado em acidente de transito, mesmo sabendo que é preciso construir uma passarela no local? Corre-se o risco de assumir uma atitude niilista, com o sentimento de que o problema ultrapassa os limites da ação individual. A isto se deve contrapor que a realidade social é construída por seres humanos e por eles pode ser modificada, a partir da tomada de consciência individual. Além do mais, o conjunto depende do somatório de ações individuais e não se pode abrir mão da responsabilidade pessoal. A atividade profissional individual deve ser complementada por atividades de outro nível, que contribuam para aperfeiçoar a sociedade. E mais: Não se constrói uma civilização grandiosa visando apenas os lucros imediatos e interesses pessoais. As obras de valor só amadurecem na posteridade. Só os nossos filhos ou netos poderão usufruir a reforma que hoje fizermos. Não é suficiente só evitar a morte de milhares de crianças. É preciso conseguir a sua recuperação física, intelectual, moral e espiritual, a fim de se tornarem personalidades úteis a si, à comunidade e ao país, contribuindo para o desenvolvimento da humanidade.

O positivo desse quadro assustador é que ele motiva as pessoas a se organizarem e acharem soluções principalmente na sociedade civil organizada. Igrejas, ONGs, alianças e movimentos agregam milhares de pessoas em ações de assistência e promoção social. O Brasil é um dos países com o maior numero de ONGs no mundo: educação infantil, centros comunitários, asilos, creches, abrigos para crianças abandonadas e portadoras de deficiências ou de HIV, etc. Existem projetos de protagonismo juvenil, de saúde, cultura, lazer, profissionalização, luta pela moradia, pela terra, pelos direitos humanos, pela paz. É impressionante ver quantas pessoas e instituições mobilizam-se, principalmente das classes media e baixa.

O poder publico, por sua vez, tem programas e projetos como o "Fome Zero", de juventude, de segurança pública, além de melhora da educação, graças ao Estatuto da Criança e do Adolescente, a nova LDB (Lei de Diretrizes de Base para Educação), melhoria de atendimento à saúde graças à implantação do PSF (Programa de Saúde da Família), auxilio moradia, bolsa trabalho, "começar de novo", "renda mínima", seguro desemprego e tentativas de democratização por meio do orçamento participativo. Infelizmente, o resultado desses programas não tem sido suficiente para mudar significativamente a situação social no Brasil.

O segundo setor (empresas) descobriu a sua responsabilidade social. Lamentavelmente os resultados práticos ainda são por demais tímidos ou com interesses conflitantes. Existe a Abrinq, Fundação Ethos, Civis, e outras redes que incentivam principalmente os empresários a assumirem seu papel social. Infelizmente ainda estamos somente no inicio desse movimento.

Resumindo, podemos pensar que essa recuperação do Brasil depende de:


Esforço de empatia e consciência de cada um.
Esforço de se juntar em comunidades solidárias, isto é, da sociedade civil organizar-se.
Diálogo e cooperação entre os três setores da sociedade (empresas, governo e organizações não governamentais).
Criação de políticas publicas de inclusão a nível nacional e internacional.
Os fóruns sociais mundiais, nacionais e regionais são tentativas nessa direção e o Brasil é um dos maiores promotores dos mesmos.

por U. P. Trier, extraído do artigo "Uma janela para o desconhecido"
http://sab.org.br/pedag-wal/pedag.htm

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Projeto da Prefeitura de SP inspira cenografia de novela

http://br.noticias.yahoo.com/s/14122009/25/entretenimento-projeto-da-prefeitura-sp-inspira.html


É comum que toda novela a se passar em São Paulo prometa mostrar uma "São Paulo nunca vista antes na TV". Mas é capaz que "Tempos Modernos", que substituirá "Caras & Bocas" em janeiro, na Globo, cumpra mesmo a promessa. É que a trama escrita por Bosco Brasil e dirigida por José Luiz Villamarim vai mostrar o centro da cidade de uma maneira bem próxima à do projeto de revitalização da Prefeitura.

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O assunto foi tratado ainda na fase de preparação da novela, há cerca de dois meses, numa reunião entre representantes da Globo e do governo municipal, entre eles o secretário de Cultura, Carlos Augusto Calil.


Na versão da novela, o centro paulistano é chamado pela produção de "lúdico". Não é necessariamente limpo, mas tem como marca principal a ocupação por todo tipo de manifestação cultural - exatamente como se espera que aconteça na vida real. Por isso, por exemplo, em vez de uma grande loja de calçados ao lado da Galeria do Rock, a equipe cenográfica criou uma charmosa livraria. Na mesma calçada, onde na vida real funciona um cinema pornô, haverá um cinema tão charmoso quanto a livraria fictícia - e com filmes do circuito comercial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Havia um natal ontem na esquina de minha rua.
Era um Natal magro, esquálido, seco como essas rosas desidratadas em vasos pálidos de salas escuras.
Era uma festa cheia de rugas na cara e tinha jeito de velhinho de asilo que nunca toma sol...
Não havia como conversar com o Natal na esquina de minha rua.
Estávamos sós - eu e a festa.
Desiludidos nós dois e iludidos ao mesmo tempo pois acreditávamos em lendas e luas no brilho colorido das luzes, naqueles risos infantis que ardiam afinados em nossos ouvidos carentes de futuro.
O Natal tinha um ar cansado e resto de sorriso nos lábios uma incontida vontade de ganhar um presente - e dar também - de receber um abraço, de oferecer um afeto, de descortinar cortinas mil de sentar em paz e ver uma vez extinguir-se em silêncio sob o silêncio da noite imaculada.
Estávamos doidos nós dois. A felicidade se comprimia somente dentro das casas.
Boêmios eu e ele - o Natal - nas calçadas frias da noite.
O feriado de fim de ano, a mesa posta, os laços coloridos.
Sem nada, sem dinheiro, nem histórias, nem vaidades resgatávamos nossos passados em busca de ilusões.
Ah, os retalhos que encontramos, fizeram-nos rir de nós mesmos.
E assim bebemos nossa alegria e conversamos a noite toda e nos tocamos e nos apoiamos mansamente, amigamente, sinceramente.
Havia um Natal ontem na esquina de minha vida

Autor- jornalista, letrista e poeta, José Carlos Leite.

publicado originalmente em:
Veiculo: Estado do Paraná
Caderno ou Suplemento: Almanaque

Barriga vazia


As ruas são frias,

mendigas o pão,

procuras ajuda,

em algum coração.

Caminha sozinho,

triste a solidão...

Cadê a esperança,

cadê a alegria,

embargou-a na trilha

do meio-dia,

porque ja não sabes

contar os teus dias,

reclama a fome,

barriga vazia!

E sai pelas ruas,

seguindo na trilha

de noite e de dia,

barriga vazia!

Ja não sabes mais contar

os seus parcos dias...


quarta-feira, 14 de outubro de 2009


Um Por Um
de Dennis Downing
www.iluminalma.com.br

A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela divisa entre Samaria e Galiléia. Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância e gritaram em alta voz: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!” Ao vê-los, ele disse: “Vão mostrar-se aos sacerdotes”. Enquanto eles iam, foram purificados. Lucas 17:11-14

Segundo a Lei, leprosos tinham que manter uma distância entre eles e qualquer outro cidadão, gritando que eram imundos (Lev 13-14). Parece uma terrível injustiça, não é verdade? Todavia perguntamos – por quantas pessoas será que passamos todos os dias que se vêem como excluídas e marginalizadas pela doença ou pobreza ou pela simples aparência? Será que estamos atentos para seu grito de socorro?

Se estranhamos as proibições e barreiras da lei para com os leprosos, por que será que não estranhamos as proibições dos costumes e barreiras da nossa sociedade? "Flanelinha", "cheira-cola", "morador de rua". Por que não nos chocamos com nossos próprios preconceitos? Há pessoas bem perto de nós que precisam de Jesus. Elas clamam por ele debaixo de viadutos, nas macas dos hospitais públicos ou sozinhas em bancos de praça e paradas de ônibus.

Se estamos prontos para sermos pés e mãos de Jesus, será que estamos prontos para sermos seus ouvidos e sua voz? Um sanduiche e copo d'agua. Um kilo de arroz ou feijão. Você não pode eliminar a pobreza ou acabar com a exclusão social. Nem Jesus tentou fazer isso. Mas, em nome dEle, você pode ajudar um pobre, um excluído. Isso não mudará o mundo. Mas, pode mudar o mundo de um. E foi assim que Jesus agiu - um por um.

Oremos: misericordioso Pai, abra nossos ouvidos e toque os nossos corações na próxima vez em que um dos seus filhos clamar por Jesus. Purifique a nossa vista para que possamos enxergar as lágrimas de seus filhos. Não podemos operar milagre nenhum, senão aquele do amor incondicional e que vence todas as barreiras que Jesus teve para conosco quando jazíamos na impureza dos nosso pecados. Que possamos ser instrumentos de compaixão e cura espiritual. Que Jesus possa nos usar. Em nome de Jesus oramos, amém.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Criança de rua.
Autor: WILSON CARLOS ROBERTO
Espaço Literário
O Melhor da Web



Pelas ruas da cidade
Uma criança a caminhar.

Segue sem rumo, distraída.
Nos olhos, uma lágrima a rolar.

Falta pão, solidariedade.
Falta casa. . .Não tem onde morar.

Solitária, como um beija-flor.
Pelas calçadas a mendigar.

Leva consigo, na alma. . .
A incerteza, o medo de sonhar.

O hoje é um presente, tão ausente.
O amanhã, talvez nem virá.

Pelas ruas da cidade, esquecida.
Uma criança perdida. . . Sem vida.

E nós, o que fazemos? Falta amar.
Falta amor. . . Para a vida suscitar.

sábado, 3 de outubro de 2009


Dia de jogo.


Domingo.
Tempo quente.
Tudo parece calmo...
Nada de novo, por enquanto.

Daqui a pouco começa o jogo.
Começam a chegar.
Insistem entrar.

- Futebol senhora, ora!

Procuro manter a serenidade.
(Ter muita paciência, agora,
ainda é pouco.)

- Mas senhora...é dia de jogo!

Observo.

Os homens trazem consigo o ar
enfadado de mais um dia do
não-fazer-nada!
Na voz o tépido cheiro do
álcool.
Pondero.
Não possuem nada!
Vieram para cá trazendo a
solidão em uma sacolinha
de mão.
É deles essa realidade!

- Entra Raposinho,
Laurival,sr.Manoel...
(É preciso descontrair)

- Vou utilizar bafômetro
no dia de jogo heim!!

(risos)

Meu coração aperta.

Mais um dia do não-fazer-nada!
Alguns nutrem a esperança no
dia de amanhã.
Quem sabe...volte para
a família,
encontre trabalho,
forças para largar o vício...
Quem sabe...
Queria ver todos felizes.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Seminário discute saúde na terceira idade

Com objetivo de dar subsídios que garantam atenção integral à saúde da população idosa, enfatizando o envelhecimento saudável e ativo é que a Prefeitura de Macapá, através da Secretaria Municipal de Saúde realizou durante todo o dia de hoje, 29 de setembro, o Seminário – “Saúde na 3ª Idade: Fortalecendo Práticas para a Vida Saudável”. O evento foi voltado aos profissionais da saúde do município e do estado, alunos dos cursos de enfermagem, Educação Física e contou com a presença do Secretário Municipal de Saúde, Eduardo Monteiro de Jesus, Subsecretária de Saúde, Ediane de Andrade, Diretor Regional do GEAP, José Pacheco entre outras autoridades do município.

Durante o seminário foi apresentado pela Coordenadora do evento e de Atenção a Saúde do idoso, Dulcines Amorim um estudo elaborado sobre o perfil epidemiológico do idoso no município de Macapá. A pesquisa foi executada nas unidades de saúde da capital com cerca de dois mil idosos. Dentre os temas tratados na pesquisa o que chama atenção é o número elevado de idosos responsáveis pela renda mensal da família, além da necessidade de medicação para pressão alta e o número elevado de parentes morando na mesma residência do idoso. Após o perfil epidemiológico o médico geriatra, Dr. Marcos apresentou uma avaliação funcional da pessoa idosa, bem como perguntas a serem feitas durante atendimento do paciente idoso e problemas relacionado a limitação física dos mesmos.

O Secretário de Saúde do município, Eduardo Monteiro de Jesus ministrou palestra sobre os fatores de risco e medidas de prevenção para doenças do aparelho cardiovascular. No Brasil as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte, chegando a quase 45%. Em Macapá este número também é bastante elevado, anualmente 33,1% de pessoas morrem em decorrência de problemas com o coração. O sedentarismo é o principal fator de risco relacionado a doenças cardíacas. A prática de atividades físicas bem planejadas e uma alimentação balanceada são fatores para um envelhecimento saudável. “Precisamos implantar e implementar políticas públicas que incentivem a adoção de hábitos de vida voltados a manutenção da saúde dentro da comunidade. Por isso é tão importante buscar a qualificação de nossos profissionais, como neste seminário, para que possamos contribuir, enquanto executores de assistência e atenção, com a comunidade, para um envelhecimento saudável com ações que promovam a qualidade de vida”, finalizou o Secretário.

A programação municipal como parte da Semana Nacional do Idoso prossegue amanhã, 29 de setembro. Na parte da manhã todas as unidades de saúde da capital estarão realizando atendimento multidisciplinar especial direcionado aos idosos do município. À tarde, a partir das 16:00 horas, na Praça do Forte, acontece uma ação de orientação para a prática de atividades físicas.

Uma caminhada marca o encerramento da Semana Nacional do idoso, no dia 1º de outubro – “Dia Nacional do Idoso”, em parceria com o Governo do Estado. A concentração será na Praça do Barão às 16:00 horas, com previsão de saída às 17:00 horas.



Janine Cruz
Quatro em um

Brasil adotará em outubro novo tratamento para tuberculose
Publicada em 28/09/2009 às 20h34m

O Globo

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/09/28/brasil-adotara-em-outubro-novo-tratamento-para-tuberculose-767817225.asp

terça-feira, 29 de setembro de 2009

http://portal.prefeitura.sp.gov.br/noticias/coordenadorias/idoso/2009/09/0005

Coordenadoria comemora Dia internacional do Idoso

Idoso

A Coordenadoria do Idoso em parceria com as empresas Microsom e Sinsaudesp vai comemorar, no dia 1º de outubro, o Dia Internacional do Idoso com a programação especial no Parque Ecológico do Tietê.
O evento com início marcado para às 9h, terá a participação de cerca de 1500 idosos convidados pelas entidades 30 dos quatro pontos da cidade de São Paulo. O dia contará com muito entretenimento através das oficinas de artes, esportes, passeios, teatro, coral, dança do ventre, além do baile para a 3ª idade.

A partir da Lei nº 11.433 de 28 de Dezembro de 2006, assinada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficou instituído o Dia Nacional do Idoso, a ser celebrado no dia 1º de Outubro de cada ano, juntamente com os demais países já que no Brasil, o dia era comemorado em 27 de setembro.

Segundo o IBGE, já são quase 21 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil, sendo dessa porcentagem 11,9% em São Paulo. A proporção de idosos aumentou 5,7% em 2008 em relação a 2007 e cresceu mais de 23% nos últimos dez anos.

A Coordenadoria do Idoso promove eventos dedicados aos idosos em sua sede localizada no prédio da Secretaria de Participação e Parceria, como Palestras sobre audição, prevenção de quedas e violência contra a pessoa idosa, além da participação no JORI.

1º de outubro - Dia Internacional do Idoso

1º de outubro
Dia Internacional do Idoso comemora uma população que cresce




Tenho certeza que você já viu uma plaquinha no ônibus ou no metrô reservando alguns assentos para pessoas idosas. Já reparou nisso? Isso acontece para facilitar a vida das pessoas mais velhas.

Desde 2004 o Brasil tem leis muito boas para proteger os idosos. Essas leis fazem parte do Estatuto do Idoso. Outros exemplos: desconto de 50% nas atividades culturais, de lazer e esportivas; programas nos meios de comunicação com conteúdos culturais e educativos sobre o processo do envelhecimento; penalidades para quem mostrar imagens que desrespeitem as pessoas mais velhas ou para quem abandonar os idosos sem assistência.

No dia 1º de outubro se comemora o Dia Internacional do Idoso, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Você sabia que a população de idosos não pára de crescer? No Brasil, são mais ou menos 15 milhões de pessoas. Daqui a 20 anos, essa população deve dobrar. No mundo inteiro a população está ficando mais velha.

Até 2050, o número de pessoas acima de 65 anos será maior do que o de pessoas com menos de 15, nos países mais avançados. E tem mais! Hoje, a expectativa de vida nos países desenvolvidos é de mais ou menos 75 anos e será de mais ou menos 90 anos em 2050.

Pensar na velhice é tarefa de todos, não só dos velhos mas também dos jovens. Quando dizemos que alguém é velho, queremos dizer o quê? Velho pode ser uma palavra carinhosa ou pejorativa. Existe preconceito em relação aos idosos. E onde há preconceito - você já sabe - tem muito desconhecimento. Por um lado, a idade está associada à sabedoria e à experiência. Por outro lado, o velho é visto como uma pessoa frágil e sem autonomia.

Até no dicionário podemos notar isso. Há várias formas de se referir a uma pessoa idosa. Veterano, sênior, ancião, coroa, pessoa de idade, longevo, adiantado em anos, avançado em anos. Conforme a idade, o idoso pode ser ainda sexagenário, septuagenário, octogenário, nonagenário ou centenário. Gostou?

Pensando bem, a velhice é apenas mais uma fase da vida. E uma fase que pode ser bem longa. Hoje em dia muitos países convivem com idosos de diversas gerações. A ONU divide os idosos em três categorias: os pré-idosos (entre 55 e 64 anos); os idosos jovens (entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e 69 para quem vive na Ásia e na região do Pacífico); e os idosos de idade avançada (com mais de 75 ou 80 anos).

Você nunca tinha pensado nisso, não é? Com a elevação da expectativa de vida, a chamada terceira idade esticou bastante. Isso aconteceu por vários motivos, mas os principais são os avanços da medicina e as melhorias na qualidade de vida. Se a população está ficando mais velha, também está ficando mais saudável. Há até uma especialidade médica para cuidar das pessoas mais velhas: a geriatria.

Como comemorar o Dia Internacional do Idoso? Lembrando que a gente também vai chegar lá. Aprender a envelhecer faz parte da educação de todas as pessoas. Vamos comemorar com cuidados e atenções, respeito e gentileza, como todo idoso merece. Que tal? Vamos comemorar assim, com doçura e alegria, a vida longa de nossos familiares e conhecidos. Parabéns a eles

sábado, 26 de setembro de 2009

Idosos de Rua

IDOSOS DE RUA
Postado dia 25 de setembro de 2009 por João Luiz


Em confirmadas as projeções do IBGE, nos futuros 34 anos, o Brasil envelhecerá o que a Europa envelheceu em um século. Somavam 11 milhões os idosos, pessoas sexagenárias ou mais longevas, em 1991. Ano passado, ascendiam aos 19 milhões. E, segundo ainda o Instituto, somarão 32 milhões, 15% da população, em 2025. Apesar dos grandíloquos discursos oficiais, os idosos continuam sem prioridades nas ações de saúde publica. Os recursos federais são irrisórios. Dos 20 milhões de reais orçados para 2008, apenas 6 foram aplicados. Dos parcos 8, previstos para este exercício, até maio, somente 607 mil reais foram utilizados. No País, poucos 74 centros de atendimento para idosos existem, demonstração da insuficiência ante a demanda. A maioria dos asilos, no dizer dos especialistas, constitui-se verdadeiros depósitos de velhos. Enquanto, na Suíça, 9% dos idosos moram em instituições geriátricas e, no Canadá, 8,5%, nós apresentamos a insignificância de 1%. Todo o território nacional é atendido por menos de 800 profissionais geriatras. Vagas de residência médica, por ano, são ínfimas. Próximas de 60 o total. 40% ocupadas em São Paulo. E um aspecto preocupante reside no pouco interesse dos alunos de medicina pela área da geriatria.
A continuar o descaso, se a população não pressionar políticos e governantes, o Brasil, dentro de 20 a 30 anos, quando estará entre os seis países com o maior número de idosos do mundo, experimentará um caos na saúde publica. A falta de uma rede especializada e interconectada para atendimentos, acompanhamentos e internações de idosos, precipuamente os padecentes de hipertensão, artrose, osteoporose ou doenças degenerativas, como os males de Parkinson e de Alzheimer, exigentes de assistência especial, imediata e continuada, muito preocupa. A recepção em postos médicos comuns não atende as especificidades daqueles enfermos.

Ou aplicamos, aqui, as práticas comprovadas na Suíça, Canadá, Noruega, Austrália, França e Reino Unido ou conviveremos com o padecer de mais um tipo de infeliz vivente dos logradouros, o idoso de rua.

Geraldo Duarte – Advogado, administrador e dicionarista

Fonte: Diário do Nordeste

Vale no Abismo Social

Blog DROPS SORTIDO

Um drops da (vergonhosa) paulicéia
Vale no abismo social
Cupom dado pelos lojistas da Oscar Freire aos moradores de rua dos Jardins gera polêmica e divide opiniões.Em São Paulo, existem hoje cerca de 14 mil moradores de rua, segundo estimativa da Prefeitura. Para lidar com a realidade dessas pessoas, a Associação dos Lojistas da Oscar Freire, em parceria com a ong Aliança de Misericórdia, lançou o Vale Valor, cupom dado aos moradores de rua da região dos Jardins para substituir a esmola. O vale pode ser trocado por alimentação, abrigo e saúde na Casa Restaura-me, localizada no Brás.Segundo Renata Lima Pinto, uma das responsáveis pela Aliança de Misericórdia, entidade que mantém a Casa Restaura-me, o objetivo do projeto é conscientizar as pessoas como elas podem efetivamente colaborar. “Motivadas pelo desejo de ajudar ou pela culpa, muitos dão o dinheiro porque é mais fácil. Essa atitude não é eficaz na transformação da realidade do morador de rua”, disse Pinto.Os lojistas da Oscar Freire apóiam a proposta. “Nós achamos a iniciativa interessante, mas os pedintes a entendem como uma grande bobagem. O que eles querem mesmo é dinheiro”, disse Lia Diabi, gerente da loja Marlene. E completa, “isso não resolveu o nosso problema. Não afastou (os pedintes)”. Na loja Princess, no entanto, a atendente Priscila Carvalho, contou que um morador de rua já entrou a procura do cupom. “Vocês sabem onde eu consigo esses vales? A gerência se mostrou interessada na proposta”, afirmou ela.Nas 110 lojas associadas, os clientes podem depositar seus trocados em cofres de papelão. Todo o dinheiro arrecadado é revertido para a Casa Restaura-me, mas a contribuição não é obrigatória. Para Guilherme Braziel, 20, “essa é uma atitude que visa tirar os moradores de rua de um bairro considerado de classe alta para um de classe baixa, visando apenas à aparência”. Entretanto há quem aprove o vale-valor. Camila Vieira, 26, diz que “é uma forma de ajudar e mostrar que existem pessoas que pensam neles”.Pemba, morador de rua, já ganhou um Vale-Valor. “Não fui até o lugar de troca porque é longe para mim. Prefiro ficar aqui mesmo”, explicou ele.

Reflexo da desigualdade: morador de rua dorme em frente à loja de luxo na Oscar Freire.
PolêmicaA iniciativa gerou polêmica porque alguns consideram a medida como uma forma de expulsar a população carente de uma das oito ruas mais luxuosas do mundo, o que pode configurar uma prática higienista. Para Pinto, “é muito mais um olhar desviado do que de fato uma ajuda”. Segundo a socióloga Rosana Schwartz, essa pode ser uma forma de afastar as pessoas do bairro. “Esmola não resolve como dizem, mas não ver os pobres piora ainda mais”, disse.Outro ponto questionável é quanto à localização da casa onde os moradores podem trocar o vale. A Aliança de Misericórdia informou que não possui pontos de assistência no bairro dos Jardins.Até agora nenhum Vale-Valor foi trocado na Casa Restaura-me. “É impossível fazer essa triagem, porque eu não posso exigir da pessoa que ela segure o cupom. Eu quero que ela chegue lá e que possa ser ajudada”, revelou Pinto. A Aliança de Misericórdia desenvolve outros projetos sociais anteriores ao Vale- Valor, lançado em junho deste ano.A questão é empurrada entre os órgãos municipais. Tanto a subprefeitura de Pinheiros quanto a da Mooca, responsáveis pelas regiões dos Jardins e do Brás disseram que a competência municipal para tratar de questões envolvidas com assistência social é da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.A SMADS informou que “não comenta ações de instituições privadas voltadas para moradores em situação de rua”. A Secretaria informou que atende esta população em 40 Centros de Acolhida espalhados pela cidade.
Você também pode ajudar!As instituições abaixo atendem moradores de rua na região central da cidade de São Paulo. Você pode contribuir doando alimentos, calçados, vestuários, brinquedos, produtos de higiene e/ou limpeza. Qualquer ajuda é muito bem-vinda.Casa Restaura-me:Atendimento: até 400 pessoas por dia. Só 50 podem dormir na casa.Rua Monsenhor Andrade, 746 - BrásAlbergue do GasômetroRua do Gasômetro, 821 – BrásServiços: Café da manhã, jantar, pernoite e lavagem de roupaCapacidade: 90 pessoasComunidade MissionáriaRua Riachuelo, 272 B - CentroServiços: Banho, lavagem de roupa, atividades, biblioteca, creche.Capacidade: 120 pessoas

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu Vivo Num Tempo De Guerra - Maria Bethania
Compositor(es): Edu Lobo - Gianfrancesco Guarnieri - 1965

Eu vivi na cidade
No tempo da desordem
Vivi no meio da gente minha
No tempo da revolta
Comi minha comida
No meio da batalha
Amei, sem ter cuidado
Olhei e tudo que via
Sem tempo de bem ver
Assim passei o tempo
Que me deram pra viver
A voz da minha gente se levantou
E a minha voz junto com a dela
Tenho certeza que os donos da terra
Ficariam mais contentes
Se não ouvissem minha voz
Minha voz não pode muito
Mas gritar eu bem gritei!

É um tempo de guerra
É um tempo sem sol
É um tempo de guerra
É um tempo sem sol

Sem sol, sem sol, tem dó!
Sem sol, sem sol, tem dó!

E você que prossegue
E vai ver feliz a terra
Lembre bem do nosso tempo
Desse tempo que é de guerra

Veja bem que preparando
O caminho da amizade
Não podemos ser amigos, ao mau
Ao mau vamos dar maldade

Se você chegar a ver
Essa terra da amizade
Onde o homem ajuda ao homem
Pense em nós, só com vontade

domingo, 20 de setembro de 2009

Museu da Tolerância de São Paulo

www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/691





A criação do Museu da Tolerância na Universidade de São Paulo, agregado ao Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, tem como objetivo dar a conhecer os resultados das pesquisas desenvolvidas no âmbito do LEI e dos centros de pesquisa congêneres nacionais e internacionais. Como escola interativa será construído na Universidade de São Paulo, em terreno na Av. Lineu Prestes, altura do número 338.
Museu é um espaço vivo, uma obra aberta onde pensamentos e idéias são debatidos continuamente, especialmente pela produção necessária ao Portal Rumo a Tolerância, que serve como um museu virtual. Espaço de aprendizagem, de debates sobre o acervo, já tem permitido aos pesquisadores novas concepções, destacando-se os elementos necessários para proporcionar tanto a jovens como adultos, reflexões sobre a Intolerância, com objetivo de desenvolver a cultura da paz.
As sessões permanentes estarão dedicadas aos estudos:


a) Negros - Escravidão e Racismo: especializada em África Negra com o objetivo de produzir materiais e divulgar pesquisas sobre a história dos diferentes grupos e etnias que foram deslocados para a América, implementando a escravidão moderna. Essa sessão será dedicada à comparação entre os modos de vida dos negros em África e no Brasil, procurando destacar a violência do tráfico e da escravidão e a violação de homens, mulheres e crianças. Também tratará da resistência desses grupos do século XVI ao XIX. O destaque para as várias formas de lutas, tais como as fugas para os Quilombos, os suicídios, os abortos, a sedução de senhores e as contendas judiciais pelas alforrias e as lutas contra a prostituição de mulheres negras permitirão desvendar a variedade das formas de resistência desses grupos contra a sociedade escravista e as dificuldades de convivência ao longo de todo o período de vigência da escravidão. Destacam-se análises sobre o racismo e a desigualdade imposta aos negros, mesmo após a abolição e os dilemas da cidadania, da democracia, dada a intolerância que se manifesta contra os ex-escravos que compõem a maior parcela da população excluída dos direitos fundamentais em nosso país.

b) Educação, Infância e Cidadania: Essa sessão estará dedicada ao desenvolvimento de estudos dos processos educacionais inclusivos, da produção de materiais de ensino críticos das muitas intolerâncias existentes no mundo contemporâneo para criar nos estudantes um sentido de pertencimento humano valorizando a beleza da diversidade cultural que compõe a sociedade brasileira. Assim, através de um novo modo de olhar as múltiplas diversidades de países, línguas e culturas, pretende-se criar as condições necessárias para o aprimoramento de valores que integrem os sujeitos em experiências de solidariedade que se contraponham a qualquer forma de discriminação, preconceitos, xenofobias próprias do pensamento homogêneo gerador de práticas totalitárias. Assim, essa atividade é central em todos os projetos do Laboratório e dos parceiros que se agregaram neste Projeto.

c) A Questão Indígena: Os numerosos povos indígenas do Brasil foram vistos como desprovidos dos traços definidores de uma autêntica humanidade. Essas gentes “selvagens”, cujas vidas ímpias transcorriam na mais absoluta espontaneidade - diziam os primeiros colonizadores - não se governavam. Precisariam, pois, de quem os fizesse por eles, subjugando-os. Daí à escravização e ao genocídio desses nativos foi um curto passo. Afinal, os empreendimentos aqui estabelecidos dependiam de braços e terras abundantes. Mais tarde, com a chegada dos africanos escravizados, generalizou-se o agravante mito do “índio preguiçoso”. Foi preciso aguardar muito tempo e o desenvolvimento da Etnologia para que tal percepção se alterasse. Mas, a despeito de tantos esforços e em pleno século XXI, são ainda muitos e intolerantes, lamentavelmente, os brasileiros que não reservam um lugar para esses indígenas na vasta, rica e variada irmandade dos seres humanos.

d) Inquisição e Marranismo: Nesta sessão estarão os estudos dos processos inquisitoriais em Portugal e no Brasil, de modo a permitir aos visitantes conhecerem os meandros da violência imposta por essa instituição que fez com que o Marranismo passasse a ser uma cultura de resistência. Os processos inquisitoriais existentes no acervo do LEI permitirão estudos e narrativas iconográficas e documentais sobre a violência do Tribunal do Santo Ofício que perseguiu, prendeu ,torturou, delatou e levou à fogueira inúmeros Cristãos Novos no Brasil, desterrando vários deles e colocando-os em galés. Os métodos utilizados para tais fins foram à infiltração e a delação para as quais foram utilizadas crianças estimuladas a narrar os costumes culturais e o modo de vida doméstico.

e) Holocausto e Anti-semitismo: Trata-se de uma sessão voltada aos estudos da violência política, cultural e religiosa do século XX, responsável pelo assassinato de milhões de pessoas com o propósito de atribuir a esses grupos (judeus, ciganos, e demais minorias étnicas) a responsabilidade das dificuldades econômicas e sociais do período. Essa violência expandiu-se para diferentes países e, em linha de continuidade conseguiu a cooperação de autoridades públicas brasileiras tanto com o holocausto como com práticas anti-semitas, mas também possibilitou o acolhimento dos refugiados de guerra dadas as ambigüidades da política externa brasileira. Textos, relatos, testemunhos desse processo serão expostos permanentemente nesta sessão, estimulando a formação de uma consciência critica com vistas a uma maior humanização de jovens e adultos no país.

f) Tolerância ao Intolerável: Espaço monumental de exposições sobre as diferentes formas de intolerância e de tolerância ao intolerável que deverão estar conectadas em programas interativos tais como: Depoimentos de Familiares de mortos e desaparecidos durante as ditaduras latino-americanas, de outras regiões e continentes; filmes, vídeos, fotos, textos, canções, painéis que divulguem as diferentes formas de cultura, mitos, ritos religiosos e fúnebres, alimentos, lendas, artes plásticas, para promover o conhecimento e o reconhecimento de valores universais nas diferentes formas de agregação humanas. Crianças e Idosos serão centrais nesta sessão.


O Museu agregará ainda exposições temporárias, resultados dos trabalhos dos pesquisadores do LEI e envidará esforços para estabelecer um sistema de permuta dos materiais produzidos nos Museus congêneres existentes em diferentes países.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

1ª unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, em Santo Amaro

www.blog.florianopesaro.com.br/2009/09/13/1%c2%aa-unidade-da-rede-lucy-montoro/


Este mês de setembro, São Paulo ganhou um presentão para as pessoas com deficiência: a 1ª unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, em Santo Amaro, com capacidade para 12 mil atendimentos por mês, 80 leitos para internação e tratamentos inéditos a pacientes do SUS. Será a mais moderna unidade em reabilitação no país até o final do ano, com equipamentos de última geração.

O governador Serra e os secretários Luiz Roberto Barradas Barata, da Secretaria da Saúde, e Linamara Rizzo Battistella, da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, mostraram à população o espaço, equipado com um centro de saúde de tecnologia de ponta, ao custo de R$ 50 milhões. A unidade é um centro de reabilitação integral de referência, com procedimentos de alta complexidade e tecnologias de ponta, ainda inéditos no Brasil. Serra ressaltou que esta unidade da Rede Lucy Montoro irá democratizar a tecnologia disponível, ao se constituir um centro disseminador de conhecimentos avançados sobre reabilitação para profissionais, estudantes e pacientes. Detalhe: não só do Estado de São Paulo, mas de todo o país.

O hospital atenderá pacientes do SUS com lesões medulares, amputações, lesões encefálicas como traumatismo craniano e acidente cardiovascular, paralisia cerebral e severas restrições de mobilidade. Estima-se que no Estado de São Paulo haja demanda de 2 milhões de pacientes que deverão ser atendidos pelas novas unidades da Rede Lucy Montoro.

A rede Lucy Montoro é mais do que um empreendimento. É a bandeira do Governo do Estado na direção da dignidade humana, como bem disse a secretária Linamara.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ética

ÉTICA

A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos.

A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

O estudo da ética talvez tenha se iniciado com filósofos gregos há 25 séculos atrás. Hoje em dia, seu campo de atuação ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros pesquisadores do conhecimento dedicam-se ao seu estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros profissionais desenvolvem trabalhos no campo da ética.




DEFINIÇÃO DE ÉTICA

A ética seria então uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral. O dicionário Abbagnado, entre outras considerações nos diz que a ética é "em geral, a ciência da conduta" (ABBAGNANO, sd, p.360) e Sanchez VASQUEZ (1995, p.12) amplia a definição afirmando que "a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano." E reforça esta definição com a seguinte explicação:

Assim como os problemas teóricos morais não se identificam com os problemas práticos, embora estejam estritamente relacionados, também não se podem confundir a ética e a moral. A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência histórico-social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais. (ibid., p.12)

Os problemas éticos, ao contrário dos prático-morais são caracterizados pela sua generalidade. Por exemplo, se um indivíduo está diante de uma determinada situação, deverá resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita intimamente pois o problema do que fazer numa dada situação é um problema prático-moral e não teórico-ético. Mas, quando estamos diante de uma situação, como por exemplo, definir o conceito de Bem, já ultrapassamos os limites dos problemas morais e estamos num problema geral de caráter teórico, no campo de investigação da ética. Tanto assim, que diversas teorias éticas organizaram-se em torno da definição do que é Bem. Muitos filósofos acreditaram que, uma vez entendido o que é Bem, descobriríamos o que fazer diante das situações apresentadas pela vida. As respostas encontradas não são unânimes e as definições de Bem variam muito de um filósofo para outro. Para uns, Bem é o prazer, para outros é o útil e assim por diante.

Quando na antigüidade grega Aristóteles apresentou o problema teórico de definir o conceito de Bem, seu trabalho era de investigar o conteúdo do Bem e não definir o que cada indivíduo deveria fazer numa ação concreta, para que seu ato seja considerado bom ou mau.

Evidentemente, esta investigação teórica sempre deixa conseqüências práticas, pois quando definimos o Bem, estamos indicando um caminho por onde os homens poderão se conduzir nas suas diversas situações particulares.

A ética também estuda a responsabilidade do ato moral, ou seja, a decisão de agir numa situação concreta é um problema prático-moral, mas investigar se a pessoa pôde escolher entre duas ou mais alternativas de ação e agir de acordo com sua decisão é um problema teórico-ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos. Se o determinismo é total, então não há mais espaço para a ética, pois se ela se refere às ações humanas e se essas ações estão totalmente determinadas de fora para dentro, não há qualquer espaço para a liberdade, para a autodeterminação e, conseqüentemente, para a ética.

A ética pode também contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral. Assim, se a ética revela uma relação entre o comportamento moral e as necessidades e os interesses sociais, ela nos ajudará a situar no devido lugar a moral efetiva, real, do grupo social. Por outro lado, ela nos permite exercitar uma forma de questionamento, onde nos colocamos diante do dilema entre "o que é" e o "que deveria ser", imunizando-nos contra a simplória assimilação dos valores e normas vigentes na sociedade e abrindo em nossas almas a possibilidade de desconfiarmos de que os valores morais vigentes podem estar encobrindo interesses que não correspondem às próprias causas geradoras da moral. A reflexão ética também permite a identificação de valores petrificados que já não mais satisfazem os interesses da sociedade a que servem. Jung Mo SUNG e Josué Cândido da SILVA (1995, p. 17) nos dão um bom exemplo do que estamos falando:

Na época da escravidão, por exemplo, as pessoas acreditavam que os escravos eram seres inferiores por natureza (como dizia Aristóteles) ou pela vontade divina (como diziam muitos na América colonial). Elas não se sentiam eticamente questionadas diante da injustiça cometida contra os escravos. Isso porque o termo "injustiça" já é fruto de juízo ético de alguém que percebe que a realidade não é o que deveria ser. A experiência existencial de se rebelar diante de uma situação desumana ou injusta é chamada de indignação ética [o grifo não faz parte do original].

Sendo a ética uma ciência, devemos evitar a tentação de reduzi-la ao campo exclusivamente normativo. Seu valor está naquilo que explica e não no fato de prescrever ou recomendar com vistas à ação em situações concretas.

A ética também não tem caráter exclusivamente descritivo pois visa investigar e explicar o comportamento moral, traço inerente da experiência humana.

Não é função da ética formular juízos de valor quanto à prática moral de outras sociedades, mas explicar a razão de ser destas diferenças e o porque de os homens terem recorrido, ao longo da história, a práticas morais diferentes e até opostas.




DOUTRINAS ÉTICAS

Para facilitar o estudo das doutrinas éticas, ou teorias acerca da moral, preferimos dividi-las nos seguintes segmentos, correlacionados historicamente: ética grega, ética cristã medieval, ética moderna e ética contemporânea.

Sendo assim, vamos partir do princípio que a história da ética teve sua origem, pelo menos sob o ponto de vista formal, na antigüidade grega, através de Aristóteles (384 - 322 a.C.) e suas idéias sobre a ética e as virtudes éticas.

Na Grécia porém, mesmo antes de Aristóteles, já é possível identificar traços de uma abordagem com base filosófica para os problemas morais e até entre os filósofos conhecidos como pré-socráticos encontramos reflexões de caráter ético, quando buscavam entender as razões do comportamento humano.

Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o problema filosófico central e a ética como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas as reflexões filosóficas. Para ele ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante não é virtuoso, ou seja, só age mal, quem desconhece o bem, pois todo homem quando fica sabendo o que é bem, reconhece-o racionalmente como tal e necessariamente passa a praticá-lo. Ao praticar o bem, o homem sente-se dono de si e conseqüentemente é feliz.

A virtude seria o conhecimento das causas e dos fins das ações fundadas em valores morais identificados pela inteligência e que impelem o homem a agir virtuosamente em direção ao bem.

Platão (427-347 a.C.) ao examinar a idéia do Bem a luz da sua teoria das idéias, subordinou sua ética à metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o mundo sensível e o mundo das idéias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que constituíam a verdadeira realidade e tendo como cume a idéia do Bem, divindade, artífice ou demiurgo do mundo.

Para Platão a alma - princípio que anima ou move o homem - se divide em três partes: razão, vontade (ou ânimo) e apetite (ou desejos). As virtudes são função desta alma, as quais são determinadas pela natureza da alma e pela divisão de suas partes. Na verdade ele estava propondo uma ética das virtudes, que seriam função da alma.

Pela razão, faculdade superior e característica do homem, a alma se elevaria mediante a contemplação ao mundo das idéias. Seu fim último é purificar ou libertar-se da matéria para contemplar o que realmente é e, acima de tudo, a idéia do Bem.

Para alcançar a purificação é necessário praticar as várias virtudes que cada parte da alma possui. Para Platão cada parte da alma possui um ideal ou uma virtude que devem ser desenvolvidos para seu funcionamento perfeito. A razão deve aspirar à sabedoria, a vontade deve aspirar à coragem e os desejos devem ser controlados para atingir a temperança.

Cada uma das partes da alma, com suas respectivas virtudes, estava relacionada com uma parte do corpo. A razão se manifesta na cabeça, a vontade no peito e o desejo baixo-ventre. Somente quando as três partes do homem puderem agir como um todo é que temos o indivíduo harmônico.

A harmonia entre essas virtudes constituía uma quarta virtude: a justiça.

Platão de certa forma criou uma "pedagogia" para o desenvolvimento das virtudes. Na escola as crianças primeiramente têm de aprender a controlar seus desejos desenvolvendo a temperança, depois incrementar a coragem para, por fim, atingir a sabedoria.

A ética de Platão está relacionada intimamente com sua filosofia política, porque para ele, a polis (cidade estado) é o terreno próprio para a vida moral. Assim ele buscou um estado ideal, um estado-modelo, utópico, que era constituído exatamente como o ser humano. Assim, como o corpo possui cabeça, peito e baixo-ventre, também o estado deveria possuir, respectivamente, governantes, sentinelas e trabalhadores. O bom estado é sempre dirigido pela razão.

CORPO
ALMA
VIRTUDE
ESTADO

Cabeça
Razão
Sabedoria
Governantes

Peito
Vontade
Coragem
Sentinelas

Baixo-ventre
Desejo
Temperança
Trabalhadores


É curioso notar que, no Estado de Platão, os trabalhadores ocupam o lugar mais baixo em sua hierarquia. Talvez isto tenha ligação com a visão depreciativa que os gregos antigos tinham sobre esta atividade.

A ética platônica exerceu grande influência no pensamento religioso e moral do ocidente, como teremos oportunidade de ver mais adiante.

Aristóteles (384-322 a.C.), não só organizou a ética como disciplina filosófica mas, além disso, formulou a maior parte dos problemas que mais tarde iriam se ocupar os filósofos morais: relação entre as normas e os bens, entre a ética individual e a social, relações entre a vida teórica e prática, classificação das virtudes, etc. Sua concepção ética privilegia as virtudes (justiça, caridade e generosidade), tidas como propensas tanto a provocar um sentimento de realização pessoal àquele que age quanto simultaneamente beneficiar a sociedade em que vive. A ética aristotélica busca valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza humana, concebendo a humanidade como parte da ordem natural do mundo, sendo portanto uma ética conhecida como naturalista.

Segundo Aristóteles, toda a atividade humana, em qualquer campo, tende a um fim que é, por sua vez um bem: o Bem Supremo ou Sumo Bem, que seria resultado do exercício perfeito da razão, função própria do homem. Assim sendo, o homem virtuoso é aquele capaz de deliberar e escolher o que é mais adequado para si e para os outros, movido por uma sabedoria prática em busca do equilíbrio entre o excesso e a deficiência:

A excelência moral, então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição esta consistente num meio termo (o meio termo relativo a nós) determinado pela razão (a razão graças à qual um homem dotado de discernimento o determinaria). Trata-se de um estado intermediário, porque nas várias formas de deficiência moral há falta ou excesso do que é conveniente tanto nas emoções quanto nas ações, enquanto a excelência moral encontra e prefere o meio termo. Logo, a respeito do que ela é, ou seja, a definição que expressa a sua essência, a excelência moral é um meio termo, mas com referência ao que é melhor e conforme ao bem ela é um extremo. (ARISTÓTELES, 1992, p.42)

E procede exemplificado:

Em relação ao meio termo, em alguns casos é a falta e em outros é o excesso que está mais afastado; por exemplo, não é temeridade, que é o excesso, mas a covardia, que é a falta, que é mais oposta à coragem, e não é a insensibilidade, que é uma falta, mas a concupiscência, que é um excesso, que é mais oposta à moderação. Isto ocorre por duas razões; uma delas tem origem na própria coisa, pois por estar um extremo mais próximo ao meio termo e ser mais parecido com ele opomos ao intermediário não o extremo, mas seu contrário. Por exemplo, como se considera a temeridade mais parecida com a coragem, e a covardia mais diferente, opomos esta última à coragem, pois as coisas mais afastadas do meio termo são tidas como mais contrárias a ele; a outra razão tem origem em nós mesmos, pois as coisas para as quais nos inclinamos mais naturalmente parecem mais contrárias ao meio termo. Por exemplo, tendemos mais naturalmente para os prazeres, e por isso somos levados mais facilmente para a concupiscência do que para a moderação. Chamamos portanto contrárias ao meio termo as coisas para as quais nos sentimos mais inclinados; logo, a concupiscência, que é um excesso é mais contrária à moderação. (ibid, p.46)

Daí ser difícil, segundo Aristóteles, ser bom na medida em que o meio termo não é facilmente encontrado: "Por isso a bondade tanto é rara quanto nobre e louvável".

A Ética de Aristóteles - assim como a de Platão - está unida à sua filosofia política, já que para ele a comunidade social e política é o meio necessário para o exercício da moral. Somente nela pode realizar-se o ideal da vida teórica na qual se baseia a felicidade. O homem moral só pode viver na cidade e é portanto um animal político, ou seja social. Apenas deuses e animais selvagens não tem necessidade da comunidade política para viver. O homem deve necessariamente viver em sociedade e não pode levar uma vida moral como indivíduo isolado e sim no seio de uma comunidade.

O estoicismo e o epicurismo surgem no processo de decadência e de ruína do antigo mundo greco-romano.

Para Epicuro (341-270 a.C) o prazer é um bem e como tal o objetivo de uma vida feliz. Estava lançada então a idéia de hedonismo que é uma concepção ética que assume o prazer como princípio e fundamento da vida moral. Mas, existem muitos prazeres, e nem todos são igualmente bons. É preciso escolher entre eles os mais duradouros e estáveis, para isso é necessário a posse de uma virtude sem a qual é impossível a escolha. Essa virtude é a prudência, através da qual podemos selecionar aqueles prazeres que não nos trazem a dor ou perturbações. Os melhores prazeres não são os corporais - fugazes e imediatos - mas os espirituais, porque contribuem para a paz da alma.

Para os estóicos (por exemplo, Zenão, Sêneca e Marco Aurélio) o homem é feliz quando aceita seu destino com imperturbabilidade e resignação. O universo é um todo ordenado e harmonioso onde os sucessos resultam do cumprimento da lei natural racional e perfeita. O bem supremo é viver de acordo com a natureza, aceitar a ordem universal compreendida pela razão, sem se deixar levar por paixões, afetos interiores ou pelas coisas exteriores. O homem virtuoso é aquele que enfrenta seus desejos com moderação aceitando seu destino. O estóico é um cidadão do cosmo não mais da pólis.

O Cristianismo se eleva sobre o que restou do mundo greco-romano e no século IV torna-se a religião oficial de Roma. Com o fim do "mundo antigo" o regime de servidão substitui o da escravidão e sobre estas bases se constrói a sociedade feudal, extremamente estratificada e hierarquizada. Nessa sociedade fragmentada econômica e politicamente, verdadeiro mosaico de feudos, a religião garantia uma certa unidade social.

Por este motivo a política fica dependente dela e a Igreja Católica passa a exercer, além de poder espiritual, o poder temporal e a monopolizar também a vida intelectual.

Evidentemente a ética fica sujeita a este conteúdo religioso.

Os filósofos cristãos tiveram uma dupla atitude diante da ética. Absorveram o ético no religioso, edificando um tipo de ética que hoje chamamos de teônoma, que fundamenta em Deus os princípios da moral. Deus, criador do mundo e do homem, é concebido como um ser pessoal, bom, onisciente e todo poderoso. O homem, como criatura de Deus, tem seu fim último Nele, que é o seu bem mais alto e valor supremo. Deus exige a sua obediência e a sujeição a seus mandamentos, que neste mundo têm o caráter de imperativos supremos.

Num outro sentido também aproveitaram muitas das idéias da ética grega - principalmente platônicas e estóicas - de tal modo que partes dessa ética, como a doutrina das virtudes e sua classificação inseriram-se quase na sua totalidade na ética cristã.

Evidentemente, enquanto certas normas éticas eram assimiladas, outras, por sua incompatibilidade com os ensinamentos cristãos eram rejeitados. A justificativa do suicídio, por exemplo, foi amplamente rejeitada pelos filósofos cristãos.

A ética cristã é uma ética subordinada à religião num contexto em que a filosofia é "serva" da teologia. Temos então um ética limitada por parâmetros religiosos e dogmáticos.

É uma ética que tende a regular o comportamento dos homens com vistas a um outro mundo (o reino de Deus), colocando o seu fim ou valor supremo fora do homem, na divindade.

É curioso notar que ao pretender elevar o homem de uma ordem natural para outra transcendental e sobrenatural, onde possa viver um vida plena e feliz, livre das desigualdades e injustiças do mundo terreno, ela introduz uma idéia verdadeiramente inovadora, ou seja, todos seriam iguais diante de Deus e são chamados a alcançar a perfeição e a justiça num mundo sobrenatural, o reino dos Céus.

Em sua gênese essa ética também absorve muito do que Platão e Aristóteles desenvolveram. Pode-se até dizer que seus dois maiores filósofos, Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1226-1274) refletem, respectivamente, idéias de Platão e Aristóteles.

A purificação da alma, em Platão, e sua ascensão libertadora até elevar-se ao mundo das idéias tem correspondência na elevação ascética até Deus exposta por Santo Agostinho.

A ética de Tomás de Aquino tem muitos pontos de coincidência com Aristóteles e como aquela busca através de contemplação e de conhecimento alcançar o fim último, que para ele era Deus.

A história da ética complica-se a partir do Renascimento Europeu e podemos chamar de ética moderna às diversas tendências que prevaleceram desde o século XVI até o início do século XIX.

Não é fácil sistematizar as diversas doutrinas éticas que surgiram neste período, tamanha sua diversidade, mas podemos encontrar, talvez como reação à ética cristã descêntrica e teológica uma tendência antropocêntrica.

Evidentemente essa mudança de ponto de vista não aconteceu ao acaso. Fez-se necessário um entendimento sobre as mudanças que o mundo sofreu, nas esferas econômica, política e científica para entendermos todo o processo.

A forma de organização social que sucedeu à feudal, traz em sua estrutura mudanças em todas as ordens.

A economia, por exemplo, viu crescer de forma muito intensa o relacionamento de suas forças produtivas com o desenvolvimento científico que começara a fundamentar a ciência moderna - são dessa época os trabalhos de Galileu e Newton - e desse relacionamento se desenvolvem as relações capitalistas de produção.

Essa nova forma de produção fortalece uma nova classe social - a burguesia - que luta para se impor política e economicamente. É uma época de grandes revoluções políticas (Holanda, França e Inglaterra) e no plano estatal assistimos o desaparecimento da fragmentada sociedade feudal e o fortalecimento dos grandes Estados Modernos, únicos e centralizados.

Nessa nova ordem vemos a razão se separando da fé (a filosofia separa-se da religião), as ciências naturais dos pressupostos teológicos, o Estado da Igreja e o homem de Deus.

Essa ruptura fica muito evidente quando, entre a Idade Média e a Modernidade, o italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) provoca uma revolução na ética ao romper com a moral cristã, que impõe os valores espirituais como superiores aos políticos, quando defendeu a adoção de uma moral própria em relação ao Estado. O que importa são os resultados e não a ação política em si, sendo legítimos os usos da violência contra os que se opõe aos interesses estatais.

Examinando as outras qualidades atrás enumeradas, direi que todo o príncipe deve desejar ser tido como piedoso, e não como cruel; não obstante, deve cuidar de não usar mal a piedade. Cesar Borgia era tido como cruel; entretanto, essa sua crueldade havia posto ordem na Romanha, promovido a sua união e a sua pacificação e inspirando confiança, o que, bem considerado, mostra ter sido ele muito mais piedoso do que os florentinos, os quais, para esquivarem da reputação de cruéis deixaram que Pistóia fosse destruída. Deve um príncipe, portanto, não se importar com a reputação de cruel, a fim de poder manter os seus súditos em paz e confiantes, pois que, com pouquíssimas repressões, será mais piedoso do que aqueles que, por muito clementes, permitem as desordens das quais resultem assassínios e rapinagens. Estas atingem a comunidade inteira, enquanto que os castigos impostos pelo príncipe atingem poucos. (MAQUIAVEL, sd, p.107)

Na verdade o que estamos presenciando é uma extraordinária sugestão para a aplicação de novos valores. A obra de Maquiavel influenciará, como veremos mais tarde, outros pensadores modernos como o inglês Thomas Hobbes e Baruch de Epinosa, extremamente realistas no que se refere à ética.

O homem recupera então seu valor pessoal e passa a ser visto como dotado de razão e afirma-se em todos os campos, da ciência às artes. Descartes (1596-1650) esboça com muita clareza esta tendência de basear a filosofia no homem, que passa a ser o centro de tudo, da política, da arte, e também da moral. Vemos então o aparecimento de uma ética antropocêntrica.

Como se vê, a É. dos secs XVII e XVIII manifesta um alto grau de uniformidade: não só ela é uma doutrina do móvel mas também a sua oscilação entre a "tendência a conservação" e a "tendência ao prazer" como base da moral não implica uma diferença radical, já que o próprio prazer não é senão o índice e motivo de uma situação favorável à conservação. (ABBAGNANO, sd, p.364)

Thomas Hobbes (1588-1679) consegue sistematizar esta ética do desejo, que existe em cada ser, de própria conservação como sendo o fundamento da moral e do direito. Para Hobbes, a vida do homem no estado de natureza - sem leis nem governo - era "solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta", uma vez que os homens são por índole agressivos, autocentrados, insociáveis e obcecados por um "desejo de ganho imediato".

O principal dos bens é a conservação de si mesmo. A natureza, com efeito, proveu para que todos desejem o próprio bem, mas afim de que possam ser capazes disso, é necessário que desejem a vida, a saúde e a maior segurança dessas coisas para o futuro. De todos os males porém, o primeiro é a morte, especialmente se acompanhada de sofrimento. Já que os males da vida podem ser tantos que senão se prever como próximo o seu fim, fazem contar a morte entre os bens.(De hom., XI , 6)

Para Hobbes, indivíduos que decidem viver em sociedade não são melhores ou menos egoístas do que os selvagens: são apenas mais clarividentes, percebendo que, se cooperarem, podem ser mais ricos e mais felizes. Seu bom comportamento deriva do seu egoísmo. Em outras palavras, o que leva dois homens pré-históricos a se unirem numa caçada a um tigre dente-de-sabre, é o fato de que, juntos, têm mais chances de matá-lo sem se ferirem.

Baruch de Espinosa (1632-1677) afirmava que os homens tendem naturalmente a pensar apenas em si mesmos, que em seus desejos e opiniões as pessoas são sempre conduzidas por suas paixões, as quais nunca levam em conta o futuro ou as outras pessoas. Essa tendência a conservação, à consecução de tudo que é útil é muitas vezes colocada na obra de Espinosa como sendo a própria ação necessitante da Substância Divina.

Uma vez que a Razão não pede nada que seja contra a Natureza, ela pede, por conseguinte, que cada um se ame a si mesmo, procure o que lhe é útil, mas o que lhe é útil de verdade; deseje tudo o que conduz, de fato, o homem a uma maior perfeição; e, de uma maneira geral, que cada um se esforce por conservar o seu ser, tanto quanto lhe é possível. Isto é tão necessariamente verdadeiro como o todo ser maior que a sua parte. (ESPINOSA, 1973, p.244).

Jonh Locke (1632-1704) atrela a tendência à conservação e satisfação à uma concepção de "felicidade pública". Dizia Locke:

Como Deus estabeleceu um liame indissolúvel entre a virtude e a felicidade pública, e tornou a prática da virtude necessária à conservação da sociedade humana e visivelmente vantajosa para todos os que precisam tratar com as pessoas de bem, ninguém se deve maravilhar se cada um não só aprovar essas regras, mas igualmente recomendá-las aos outros, estando persuadido de que, se as observarem, lhe advirão vantagens a ele próprio. (Ensaio, I, 2, 6)

David Hume (1711-1776) seguindo essa linha nos coloca que o fundamento da moral é a utilidade, ou seja, é boa ação aquela que proporciona "felicidade e satisfação" à sociedade. A utilidade agrada porque responde a uma necessidade ou tendência natural que inclina o homem a promover a felicidade dos seus semelhantes.

Ao invés de limitar os desejos humanos àqueles determinados apenas pelo interesse pessoal (comida, dinheiro, glória, etc), Hume percebeu que muitas das nossas paixões estão baseadas no que ele chamava de simpatia - a capacidade de sentir em si mesmo os sofrimentos e até mesmo as alegrias de outrem.

Essa visão do ser humano como criatura simpática tornava impossível traçar, à maneira de Hobbes, uma nítida linha divisória entre o interesse pessoal e o interesse alheio, uma vez que agora é possível encarar o interesse alheio como se ele fosse um interesse pessoal. Hume estava propondo uma espécie de razão emocional para o comportamento altruísta.

Para Jean Jaques Rousseau (1712-1778) o homem é bom por natureza e seu espírito pode sofrer um aprimoramento quase ilimitado.

Talvez a expressão maior da ética moderna tenha sido o filósofo alemão Immannuel Kant (1724-1804).

A preocupação maior da ética de Kant era estabelecer a regra da conduta na substância racional do homem. Ele fez do conceito de dever ponto central da moralidade. Hoje em dia chamamos a ética centrada no dever de deontologia.

Kant dizia que a única coisa que se pode afirmar que seja boa em si mesma é a "boa vontade" ou boa intenção, aquilo que se põe livremente de acordo com o dever. O conhecimento do dever seria conseqüência da percepção, pelo homem, de que é um ser racional e como tal está obrigado a obedecer o que Kant chamava de "imperativo categórico", que é a necessidade de respeitar todos os seres racionais na qualidade de "fins em si mesmo". É o reconhecimento da existência de outros homens (seres racionais) e a exigência de comportar-se diante deles a partir desse reconhecimento.

Deve-se então tratar a humanidade na própria pessoa como na do próximo sempre como um fim e nunca só como um meio.

A ética kantiana busca, sempre na razão, formas de procedimentos práticos que possam ser universalizáveis, isto é, um ato moralmente bom é aquele que pode ser universalizável, de tal modo que os princípios que eu sigo possam valer para todos.

"Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal." (KANT, 1984, p.129)

Analisando a questão da tortura, por exemplo, me questiono se tal procedimento deveria ser universalizado ou não. Se não posso querer a universalização da tortura, também não posso aceitá-la no aqui e agora.

Friedrich Hegel (1770-1831) pode ser considerado como sendo o mais importante filósofo do idealismo alemão pós-kantiano.

Para ele, a vida ética ou moral dos indivíduos, enquanto seres históricos e culturais, é determinada pelas relações sociais que mediatizam as relações pessoais intersubjetivas. Hegel dessa forma transforma a ética em uma filosofia do direito. Ele a divide em ética subjetiva (ou pessoal) e em ética objetiva (ou social). A primeira é uma consciência de dever e a segunda é formada pelos costumes, pelas leis e normas de uma sociedade. O Estado, para Hegel, reúne esses dois aspectos numa "totalidade ética".

Assim, a vontade individual subjetiva é também determinada por uma vontade objetiva, impessoal, coletiva, social e pública que cria as diversas instituições sociais. Além disso, essa vontade regula e normatiza as condutas individuais através de um conjunto de valores e costumes vigentes em uma determinada sociedade em uma determinada época.

O ideal ético estava numa vida livre dentro de um Estado livre, um Estado de Direito que preservasse os direitos dos homens e lhes cobrasse seus deveres, onde a consciência moral e as leis do direito não estivessem nem separadas e nem em contradição.

Dessa maneira, a vida ética consiste na interiorização dos valores, normas e leis de uma sociedade, condensadas na vontade objetiva cultural, por um sujeito moral que as aceita livre e espontaneamente através de sua vontade subjetiva individual. A vontade pessoal resulta da aceitação harmoniosa da vontade coletiva de uma cultura.

O alemão Karl Marx (1818-1883) também via a moral como uma espécie de "superestrutura ideológica", cumprindo uma função social que, via de regra, servia para sacramentar as relações e condições de existência de acordo com os interesses da classe dominante. Numa sociedade dividida por classes antagônicas a moral sempre terá um caráter de classe.

Até hoje existem diferentes morais de classe e inclusive numa mesma sociedade podem coexistir várias morais, já que cada classe assume uma moral particular. Assim, enquanto não se verificarem as condições reais para uma moral universal, válida para toda a sociedade, não pode existir um sistema moral válido para todos os tempos e todas as sociedades.

Para Marx, sempre que se tentou construir semelhante sistema no passado estava-se tentando imprimir um caráter universal a interesses particulares.

Se entendermos a moral proletária como sendo a moral de uma classe que está destinada historicamente a abolir a si mesma como classe para ceder lugar a uma sociedade verdadeiramente humana, serve como passagem a uma moral universalmente humana.

Os homens necessitam da moral como necessitam da produção e cada moral cumpre sua função social de acordo com a estrutura social vigente.

Torna-se necessária então uma nova moral que não seja o reflexo de relações sociais alienadas, para regular as relações entre os indivíduos, tanto em vista das transformações da velha sociedade como para garantir a harmonia da emergente sociedade socialista.

Tudo isso, a transformação da antiga moral e a construção da nova, exigem a participação consciente dos homens. A nova moral, com suas novas virtudes transforma-se numa necessidade. O homem portanto, deve interferir sempre na transformação da sociedade.

Uma outra visão nos é apresentada no pensamento de Nietzsche (1844-1900), que é um crítico veemente e mordaz a toda moral existente, seja ela a moral socrática, a judaico-cristão ou a moral burguesa.

Necessitamos uma crítica dos valores morais, e antes de tudo deve discutir-se o valor desses valores, e por isso é de toda a necessidade conhecer as condições e os meios ambientes em que nasceram, em que se desenvolveram e deformaram (a moral como conseqüência, máscara, hipocrisia, enfermidade ou equívoco, e também a moral como causa, remédio, estimulante, freio ou veneno) conhecimento tal que nunca teve outro semelhante nem é possível que o tenha. Era um verdadeiro postulado o valor desses valores: atribui-se ao bem um valor superior ao valor do mal, ao valor do progresso, da utilidade, do desenvolvimento humano. E por que? Não poderia haver no homem "bom" um sintoma de retrocesso, um perigo, uma sedução, um veneno, um sacrifício do presente a expensas do futuro? Uma vida mais agradável, mais inofensiva, mas também mais mesquinha, mais baixa?... De tal modo que fosse culpa da moral o não ter chegado o tipo homem ao mais alto grau do poder e do esplendor? E de modo que entre todos os perigos fosse a moral o perigo por excelência?... (NIETZSCHE, 1983, p.13-14)

Para este filósofo, a vida é vontade de poder, princípio último de todos os valores; o bem é tudo que favorece a força vital do homem, é tudo o que intensifica e exalta no homem o sentimento de poder, a vontade de poder e o próprio poder. O mal é tudo que vem da fraqueza. Nietzsche anunciou o super-homem, capaz de quebrar a tábua dos valores transmutando-os a todos.

Uma outra corrente dentro da ética é o utilitarismo, segundo o qual o objetivo da moral é o de proporcionar o máximo de felicidade ao maior número de pessoas.

Para John Stuart Mill (1806-1873), representante da ética utilitarista, a felicidade reside na busca do máximo prazer e do mínimo de dor. O Bem consiste na maior felicidade e a virtude é um meio de se atingir essa felicidade, fundamento de toda filosofia moral.

O credo que aceita a Utilidade ou Princípio da Maior Felicidade como fundamento da moral, sustenta que as ações são boas na proporção com que tendem a produzir a felicidade; e más, na medida em que tendem a produzir o contrário da felicidade. Entende-se por felicidade o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a ausência de prazer . [...] O prazer e a isenção de dor são as únicas coisas desejáveis [...] como fins; e [...] todas as coisas desejáveis [...] o são pelo prazer inerente a elas mesmas ou como meios para a promoção do prazer e a preservação da dor. (MILL, 1960, p. 29-30)

Da idéia de bem como sendo o que traz vantagens para muitos se deduziu até mesmo uma matemática ou cálculo moral.

Estas tendências aparecem em muitas formulações éticas, principalmente numa corrente conhecida como pragmatismo.

O pragmatismo, como doutrina ética, parece estar muito ligado ao pensamento anglo-saxão, tendo se desenvolvido muito nos países de fala inglesa, particularmente nos Estados Unidos, no último quarto do século passado.

Seus principais expoentes são o filósofo e psicólogo William James (1842-1910) e o filósofo educador John Dewey.

O pragmatismo deixa de lado as questões teóricas de fundo, afastando-se dos problemas abstratos da velha metafísica e dedicando-se às questões práticas vistas sob uma ótica utilitária.

Procura identificar a verdade com o útil, como aquilo que melhor ajuda a viver e conviver. O Bom é algo que conduz a obtenção eficaz de uma finalidade, fim esse que nos conduz a um êxito.

Dessa forma os valores, princípios e normas perdem seu conteúdo objetivo e o bem passa a ser aquilo que ajuda o homem em suas atividades práticas, variando conforme cada situação.

O pragmatismo pode bem ser o reflexo do progresso científico e tecnológico alcançado pelos Estados Unidos no apogeu de sua fase capitalista onde o "espírito de empresa", o "american way of life", criaram solo fértil para a mercantilização das várias atividades humanas.

Existe um grande perigo embutido no pragmatismo, que é a redução do comportamento moral a atos que conduzam apenas ao êxito pessoal transformando-o numa variante utilitarista marcada apenas pelo egoísmo, rejeitando a existência de valores ou normas objetivas.

Uma distorção muito comum em nossa sociedade capitalista é a busca da vantagem particular, onde o bom é o que ajuda meu progresso e o meu sucesso particular.

Não podemos seguir adiante, sem comentarmos a obra do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941). Bergson distinguiu uma moral fechada e uma moral aberta. A fechada é o conjunto do que é permitido e do que é proibido para os indivíduos de uma sociedade, tendo em vista a autoconservação da mesma. Ela é imposta aos indivíduos e tem como finalidade tornar a vida em comum possível e útil a todos. "Ela corresponde no mundo humano ao que é instinto em certas sociedades animais, isto é, tende ao fim de conservar as próprias sociedades."

Do outro lado encontramos a moral aberta, nascida de um impulso criador supra-racional. É a moral do amor, da liberdade e da humanidade universal, que resulta de uma emoção criadora. Enquanto tal, torna possível a criação de novos valores e de novas condutas em substituição àquelas vigentes segundo a moral fechada.

É a moral dos profetas, dos inovadores, dos místicos, dos sábios e dos santos. Graças sempre a eles, foi, e é possível, a instauração de uma nova ética em face da moral vigente.

Na filosofia contemporânea, os princípios do liberalismo influenciaram bastante o conceito de ética, que ganha fortes traços de moral utilitarista. Os indivíduos devem buscar a felicidade e, para isso, fazer as melhores escolhas entre as alternativas existentes. Para o filósofo inglês Bertrand Russel (1872-1970) a ética é subjetiva. Não contém afirmações verdadeiras ou falsas. É a expressão dos desejos de um grupo. Mas Russel diz que o homem deve reprimir certos desejos e reforçar outros, se pretende atingir a felicidade ou o equilíbrio.

Para finalizar esse capítulo, consideramos ser de grande importância uma análise dos trabalhos de Habermas e John Rawls.

Jurgem Habermas, filósofo alemão nascido em 1924, é professor da Universidade de Frankfurt.

Sua obra pretende ser uma revisão e uma atualização do marxismo, capaz de dar conta das características do capitalismo avançado da sociedade industrial contemporânea. Faz uma critica à racionalidade dessa sociedade, caracterizando-a em termos de uma "razão instrumental", que visa apenas estabelecer os meios para se alcançar um fim determinado. Segundo sua análise, o desenvolvimento técnico e a ciência voltada apenas para a aplicação técnica acarretam na perda do próprio bem, que estaria submetido às regras de dominação técnica do mundo natural.

É necessário então a recuperação da dimensão humana, de uma racionalidade não-instrumental, baseada no "agir comunicativo" entre sujeitos livres, de caráter emancipador em relação à dominação técnica.

Habermas percebeu a distorção dessa possibilidade de ação comunicativa, que produziu relações assimétricas e impediu uma interação plena entre as pessoas.

A proposta de Habermas formula-se em termos de uma "teoria da ação comunicativa", recorrendo inclusive à filosofia analítica da linguagem para tematizar essas condições do uso da linguagem livre de distorção como fundando uma nova racionalidade.

Habermas busca uma teoria geral da verdade, segundo a qual o critério da verdade é o consenso dos que argumentam e defende a idéia de que argumentar é uma tarefa eminentemente comunicativa. Por isso, o "discurso intersubjetivo" é o lugar próprio para a argumentação.

Somente se poderia aceitar como critério de verdade aquele consenso que se estabelece sob condições ideais, que Habermas chama de "situação ideal de fala". Ou seja, a razão é definida pragmaticamente de tal modo que um consenso é racional quando é estabelecido numa condição ideal de fala. Para que isso seja possível, definiu uma série de regras básicas, cuja observação é condição para que se possa falar de um discurso verdadeiro.

Essas regras são, em primeiro lugar, que todos os participantes tenham as mesmas chances de participar do diálogo, em segundo, que devem ter chances iguais para a crítica. São formas de, quando uma argumentação tem lugar entre várias pessoas, a eliminação dos fatores de poder que poderiam perturbar a argumentação.

Uma terceira condição seria que todos os falantes deveriam ter chances iguais para expressar suas atitudes, sentimentos e intenções.

A quarta e decisiva condição afirma que serão apenas admitidos ao discurso falantes que tenham as mesmas chances enquanto agentes para dar ordens e se opor, permitir e proibir, etc.

Um diálogo sobre questões morais entre senhores e escravos, patrões e empregados, pai e filho, violaria, portanto as condições da situação ideal da fala.

Lembramos que o "discurso autêntico" é aquele que ocorre com pessoas em situação igual, sob condições igualitárias do ponto de vista de participação no discurso.

Habermas ainda defende o projeto iniciado pelo Iluminismo como algo ainda a ser desenvolvido e significativo para nossa época, desde que a razão seja entendida criticamente, no sentido do agir comunicativo.

John Rawls, em sua "Teoria da Justiça" (1971) afirma que a justiça não é um resultado de interesses, por públicos que sejam. Ele fala de uma justiça distributiva partindo de um "estado inicial" por meio do qual se pode assegurar que os acordos básicos a que se chega num contrato social sejam justos e eqüitativos.

A justiça é entendida como eqüidade por ser eqüitativa em relação a uma posição original que está baseada em dois princípios: a) cumpre assegurar para cada pessoa numa sociedade, direitos iguais numa liberdade compatível com a liberdade dos outros; b) deve haver uma distribuição de bens econômicos e sociais de modo que toda desigualdade resulte vantajosa para cada um, podendo além disso ter cada um acesso, sem obstáculos, a qualquer posição ou cargo.

A concepção geral de sua teoria afirma que, todos os bens sociais primários - liberdade e oportunidade, rendimentos e riquezas, e as bases de respeito a si mesmo devem ser igualmente distribuídas, a menos que uma distribuição desigual desses bens seja vantajosa para os menos favorecidos.

Programa Equilíbrio

http://www.programaequilibrio.org.br/


DECRETO Nº 48.141, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2007




Institui o Programa Equilíbrio.

GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei,

CONSIDERANDO a necessidade de se propiciar a crianças e adolescentes em situação de risco um melhor atendimento, inclusive na área da saúde, bem como de favorecer o processo de sua reintegração familiar e social, garantindo-se, dessa forma, o cumprimento dos princípios estabelecidos no artigo 92 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA;

CONSIDERANDO que, para o alcance desse objetivo, é indispensável a elaboração do diagnóstico psíquico-social deste público-alvo;

CONSIDERANDO, por fim, incumbir ao Poder Público dar suporte técnico aos trabalhos já desenvolvidos nesse campo, mediante a qualificação das equipes que atuam em projetos socioeducativos e a celebração de parcerias com a comunidade,

D E C R E T A:

Art. 1º. Fica instituído o Programa Equilíbrio, a ser desenvolvido conjuntamente pelas Secretarias Municipais da Saúde, de Assistência e Desenvolvimento Social e de Coordenação das Subprefeituras e pela Subprefeitura da Sé, com o objetivo de promover o atendimento e o acompanhamento integral de crianças e adolescentes que se encontrem sob vulnerabilidade e risco social, em situação de rua ou em abrigos e Centros de Referência da Criança e do Adolescente - CRECAs, em área abrangida pela Subprefeitura da Sé.

§ 1º. O Programa ora instituído efetivar-se-á por meio de ações psicossociais direcionadas à reconstrução dos vínculos familiares e comunitários, com o envolvimento da família no processo, visando a recuperação de seu papel de proteção dos filhos.

§ 2º. O Programa poderá ser implantado, progressivamente, nas demais Subprefeituras, mediante a correspondente liberação de recursos financeiros, humanos e materiais.

Art. 2º. O Programa ora criado visa:

I - o aumento do número de reintegrações familiares de crianças e adolescentes, com a sua reinserção social e comunitária;

II - a diminuição do índice de retorno, das crianças e adolescentes que já estiverem em convívio com suas famílias, aos abrigos ou CRECA;

III - a redução do tempo de abrigamento;

IV - a formulação de metodologia de trabalho específica e de indicadores sobre o atendimento de crianças e adolescentes abrigados e de suas famílias;

V - a capacitação continuada das entidades que desenvolvem programas de abrigo para melhor atendimento individual e familiar, assim como a qualificação da ação cotidiana desenvolvida pelos Agentes de Proteção Social da CAPE, mediante o compartilhamento dos casos pelos profissionais especializados que atuam no Programa.

Art. 3º. A coordenação do Programa ficará a cargo da Secretaria Municipal da Saúde, que adotará todas as providências necessárias para o seu desenvolvimento e acompanhamento, podendo, para tanto, editar os atos que se fizerem necessários, nos limites de sua competência.

Parágrafo único. As Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social e de Coordenação das Subprefeituras e a Subprefeitura da Sé designarão um coordenador, o qual garantirá a integração do Programa Equilíbrio com os programas já desenvolvidos em cada área de atuação.

Art. 4º. O Programa Equilíbrio será executado por equipe multidisciplinar especializada no atendimento e acompanhamento de crianças e adolescentes, cuja atuação, em consonância com o Programa São Paulo Protege, dar-se-á em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e compreenderá desde a abordagem da criança e adolescente na rua até a sua reinserção sócio-familiar.

Parágrafo único. A equipe multidisciplinar será também capacitada para supervisionar a implantação e o trabalho já realizado em abrigos e em CRECAs, bem como a abordagem feita pelos Agentes de Proteção Social da Central Permanente de Atendimentos de Emergência - CAPE.

Art. 5º. Compete à Secretaria Municipal da Saúde:

I - prover os recursos humanos necessários para a formação da equipe multidisciplinar a que se refere o artigo 4º deste decreto;

II - definir as normas do Programa, de acordo com as diretrizes de atendimento às crianças e adolescentes, bem como monitorá-lo;

III - promover a integração do Programa com o atendimento oferecido pelo Centro de Atenção Psicossocial - CAPS Infantil e pelas Unidades Básicas de Saúde - UBSs e unidades hospitalares.

Art. 6º. À Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social incumbe:

I - fornecer os recursos materiais necessários para o trabalho da equipe multidisciplinar de que trata o artigo 4º deste decreto;

II - disponibilizar Agentes de Proteção Social para o acompanhamento longitudinal do processo de reintegração sócio-familiar das crianças e adolescentes, cabendo a esses agentes articular os serviços municipais envolvidos no processo, bem como para o acompanhamento das crianças e adolescentes em eventuais atendimentos emergenciais;

III - o monitoramento das atividades previstas no Programa e desenvolvidas nos abrigos e CRECAs;

IV - promover a integração do Programa com as ações municipais de assistência e desenvolvimento social, tais como as implementadas pelo Projeto Quixote e outros projetos que proporcionem um primeiro contato com crianças e adolescentes em situação de rua.

Art. 7º. À Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras compete:

I - proporcionar mecanismos de interação com as equipes das Secretarias Municipais de Esportes, Lazer e Recreação, de Cultura e de Educação, que poderão desenvolver atividades no Centro Educacional e Esportivo Raul Tabajara - CERT, com vistas a uma atuação sinérgica entre os órgãos envolvidos;

II - promover o estabelecimento de parcerias com a:

a) Secretaria Especial para Participação e Parceria, visando a inclusão das crianças e adolescentes atendidos pelo Programa ora instituído em outros programas e projetos desenvolvidos pela referida Secretaria e, também, disponibilizar profissionais que possam auxiliar na realização de oficinas a serem realizadas no CERT, de acordo com as diretrizes de trabalho definidas para o Programa Equilíbrio;

b) Secretaria Municipal do Trabalho, objetivando o desenvolvimento de programas específicos que priorizem a colocação de adolescentes com idade entre 14 (quatorze) e 16 (dezesseis) anos incompletos no Programa Jovem Aprendiz e com idade superior a 16 (dezesseis) anos em programas de primeiro emprego.

Art. 8º. À Subprefeitura da Sé compete:

I - disponibilizar o Centro Educacional e Esportivo Raul Tabajara - CERT, devidamente restaurado e adaptado, equipado com instalações e mobiliário necessários à realização de avaliações individuais, trabalhos em grupo, atividades de prevenção e promoção de saúde, esportivas e físicas, de artes, teatro e música;

II - fornecer os materiais necessários para o desenvolvimento de uma horta no local, repondo-os quando utilizados;

III - garantir a manutenção do CERT, inclusive quanto ao fornecimento de água, luz, serviços de higiene e segurança adequados para o local e a equipe responsável pelo Programa;

IV - articular, por meio da Supervisão de Assistência Social, da Coordenadoria de Ação Social e Desenvolvimento, a rede conveniada de serviços sócio-assistenciais com o fim de potencializar os objetivos do Programa, permitindo-lhe maior abrangência e efetividade.

Art. 9º. Para a concretização e aprimoramento do Programa Equilíbrio, os órgãos envolvidos poderão firmar convênios ou outras modalidades de parcerias, observada a legislação vigente.

Art. 10. As despesas com a execução deste decreto correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 11. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 14 de fevereiro de 2007, 454º da fundação de São Paulo.

GILBERTO KASSAB, PREFEITO

Publicado na Secretaria do Governo Municipal, em 14 de fevereiro de 2007.

CLOVIS DE BARROS CARVALHO, Secretário do Governo Municipal

Criança



www.criancanaoederua.org.br - visitem o site!



Cantor e compositor cearense adere a Campanha Nacional e compõe a canção tema

Cantor, compositor, declamador e repentista, Tião Simpatia é um expoente da música e do repente. Sensibilizado com a situação das crianças que moram nas ruas das grandes cidades brasileiras, o poeta compôs a canção “Criança não é de rua”; e ofereceu à Campanha Nacional homônima, cedendo os direitos autorais e firmando seu engajamento nesta luta pelos direitos fundamentais das crianças em Situação de Moradia nas Ruas do Brasil.

CRIANÇA NÃO É DE RUA
(Tião Simpatia)


Criança não é de rua
Criança é pra ser cuidada
Criança é pra ter amigos
É pra ter família, é pra ser amada
Criança é pra ter escola
Não é pra pedir esmola
Dormindo em papelões
Morando nas ruas
Cheirando cola
Você que já foi criança
Faça uma reflexão
Criança não é de rua
Não é lixo não

Criança é amor profundo
É a luz do mundo
O futuro universal
Criança é a flor da vida
A coisa mais linda
É um ser especial

Criança é pra ter um teto
Não é pra ser objeto
Criança tem seus direitos
Merece o respeito da sociedade
Amigos chegou a hora
Façamos uma nova história
Brasil ó pátria mãe
Cuida dos teus filhos com dignidade


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TIÃO SIMPATIA

Tião também é autor da música "Maria da Penha", tema da Lei 11.340 mais conhecida como “Lei Maria da Penha” que coíbe a violência doméstica e familiar.

Para entrar em contato com Tião Simpatia:
E-mail: tiaosimpatia@hotmail.com

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Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas.
Eduardo Galeano


O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.

Martim Luther King

"É belo dar quando solicitado; é mais belo, porém, dar por haver apenas compreendido".

Kahlil Gilbran.

A felicidade de grandes Homens consiste em levar amor e solidariedade a quem necessita.

Walyson Garrett


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